Irã X Israel

Irã x Israel: conflito entra no 5º dia

Número de civis mortos cresce a cada dia com bombardeios em áreas densamente povoadas

 

O conflito direto entre Irã e Israel chegou ao seu quinto dia consecutivo nesta segunda-feira (17), marcado por bombardeios incessantes, retaliações violentas e uma crescente tensão que já ultrapassa os limites territoriais dos dois países. Pela primeira vez na história, duas das principais potências militares da região estão engajadas abertamente em uma guerra de alta intensidade, com destruição significativa em ambos os lados e um número crescente de vítimas civis. 

A escalada teve início na madrugada da última sexta-feira (13), quando Israel lançou um amplo ataque aéreo contra alvos estratégicos dentro do território iraniano, incluindo instalações nucleares e bases militares consideradas vitais para a estrutura bélica do país persa. Desde então, os dois países protagonizam uma troca de ataques que já causou centenas de mortes e ameaça desestabilizar toda a região.

Logo após a ofensiva israelense, o Irã reagiu com uma retaliação em larga escala. A operação batizada de “Verdadeira Promessa III” envolveu o disparo de mais de 150 mísseis balísticos e 100 drones em direção a cidades israelenses como Tel Aviv, Haifa e Jerusalém. Diversos desses projéteis foram interceptados pelo sistema de defesa Domo de Ferro, mas muitos conseguiram atingir seus alvos, destruindo edifícios residenciais e instalações industriais. Em Tel Aviv, pelo menos três prédios desabaram após impactos diretos, resultando em dezenas de mortes e centenas de feridos. Em Haifa, o ataque incendiou parte da maior refinaria de petróleo de Israel, provocando um alerta ambiental e deslocando milhares de pessoas.

Israel respondeu à altura com ataques coordenados contra centros de comando da Guarda Revolucionária Iraniana e da força especial Quds, braço externo do poder militar iraniano. Segundo fontes do governo israelense, suas forças especiais e aeronaves atingiram com precisão refinarias, aeroportos e centros subterrâneos de pesquisa nuclear nas cidades de Natanz, Isfahan e Teerã. Imagens de satélite confirmaram grandes crateras e colunas de fumaça saindo das instalações atingidas. O Ministério da Defesa do Irã reconheceu os danos, mas alegou que os avanços nucleares não foram comprometidos. Por sua vez, Israel afirma que retardou significativamente o programa nuclear iraniano, o que teria sido o principal objetivo da ofensiva inicial.

O impacto nos civis já é devastador. No Irã, ao menos 224 pessoas morreram desde o início dos confrontos, segundo dados divulgados por agências de imprensa locais, com hospitais lotados e energia elétrica intermitente em diversas regiões. Em Israel, o número de mortos gira em torno de 24, com centenas de feridos e dezenas de milhares de cidadãos refugiados em abrigos subterrâneos. O espaço aéreo de ambos os países foi fechado, e companhias aéreas internacionais estão desviando suas rotas para evitar o sobrevoo da zona de guerra. A infraestrutura crítica de ambos os lados — como aeroportos, refinarias, pontes e sistemas de comunicação — também foi severamente atingida.

Internacionalmente, a situação é de alerta máximo. A ONU convocou reuniões de emergência consecutivas, com membros do Conselho de Segurança tentando articular um cessar-fogo imediato, sem sucesso até o momento. Os Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, pedem moderação e dizem estar “monitorando de perto” os acontecimentos. Já a União Europeia exige o fim imediato das hostilidades e alerta para o risco de o conflito se espalhar para países vizinhos, como Síria, Líbano e Iraque. O Irã, por sua vez, declarou que não pretende ampliar o confronto para além de Israel, mas advertiu que responderá com força a qualquer interferência de países terceiros.

A tensão entre Irã e Israel não é novidade, mas essa é a primeira vez que os dois países se enfrentam de forma tão direta, sem recorrer apenas a guerras por procuração ou ataques discretos. O pano de fundo inclui não só o programa nuclear iraniano, mas também décadas de rivalidade ideológica, religiosa e geopolítica. Com a escalada atual, analistas internacionais apontam que a linha entre guerra localizada e conflito regional já está perigosamente tênue. Os próximos dias serão decisivos, não apenas para os envolvidos diretamente, mas para a estabilidade de todo o Oriente Médio.

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