Crise climática

17 mil evacuados: Canadá enfrenta temporada devastadora de incêndios

Clima extremo e seca impulsionam propagação recorde de focos em 2025

 

Os incêndios florestais no Canadá continuam a se intensificar, provocando uma crise humanitária e ambiental sem precedentes. Na província de Manitoba, mais de 17 mil pessoas foram evacuadas devido à propagação rápida das chamas, marcando uma das maiores operações de retirada da história recente da região. O primeiro-ministro de Manitoba, Wab Kinew, declarou estado de emergência e anunciou o envio de aviões militares para auxiliar na evacuação de áreas remotas. Cerca de 5 mil moradores da cidade de Flin Flon receberam ordens para se prepararem para uma possível evacuação, à medida que o fogo se aproxima. Comunidades indígenas e outras localidades isoladas também estão sob alerta máximo. A maioria dos evacuados está sendo direcionada para Winnipeg, a capital da província.

Em outras regiões do país, a situação também é alarmante. O Canadá enfrenta atualmente 134 incêndios ativos em diversas províncias, como Ontário, Colúmbia Britânica, Alberta e Saskatchewan. Em Alberta, mais de 100 focos de incêndio foram registrados, com dezenas considerados fora de controle, o que levou à evacuação de cerca de 30 mil pessoas. Na Colúmbia Britânica, mais de 360 incêndios estão ativos, agravados por ventos fortes e descargas elétricas. Em algumas regiões, as chamas avançam tão rapidamente que deixam pouco tempo para que as populações afetadas possam reagir.

Além das perdas humanas e materiais, os incêndios têm causado sérios danos ambientais. A fumaça densa compromete a qualidade do ar e representa riscos consideráveis à saúde da população, principalmente de idosos, crianças e pessoas com doenças respiratórias. A fauna local também sofre intensamente: animais como renas, alces, linces e diversas espécies de aves estão sendo forçados a fugir de seus habitats naturais, muitos dos quais serão difíceis de recuperar a curto prazo. Ecossistemas inteiros correm o risco de serem destruídos, com impactos a longo prazo sobre a biodiversidade e a cadeia alimentar regional.

As mudanças climáticas vêm sendo apontadas como fator determinante para o aumento na frequência e intensidade dos incêndios florestais. As temperaturas elevadas, somadas à seca prolongada em várias áreas do país, criam condições ideais para a propagação descontrolada do fogo. Especialistas lembram que, em 2023, o Canadá enfrentou sua pior temporada de incêndios já registrada, com mais de 15 milhões de hectares queimados e mais de 200 mil pessoas deslocadas. A situação atual parece seguir o mesmo caminho, com perspectivas de agravamento caso o clima seco e quente persista nas próximas semanas.

Em resposta, o governo canadense está mobilizando recursos federais e provinciais para conter os incêndios e oferecer assistência às populações afetadas. Unidades de combate a incêndios, veículos especializados, helicópteros e aviões-tanque estão sendo utilizados nas operações. Voluntários, bombeiros e equipes de resgate trabalham exaustivamente para controlar as frentes de fogo e garantir a segurança das comunidades. Também estão sendo distribuídos kits de primeiros socorros, água potável, alimentos e abrigo para os evacuados. Mesmo com todos os esforços, as autoridades alertam que a situação segue crítica e que novas evacuações poderão ser necessárias caso as chamas não sejam controladas a tempo.

 

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