Liderança na produção

Paraná, agora de cuia e bombacha, assume a liderança na produção de erva-mate

Paraná supera outros estados do Sul, saindo na dianteira do tradicional produtor e consumidor do produto, o Rio Grande do Sul

 

A erva-mate, descoberta pelos indígenas e tradicionalmente vinculada à cultura gaúcha, nas últimas décadas tem alcançado outros mercados, como o de chá, passando das cuias de chimarrão aos bules e às xícaras de chá. O sucesso do chá-mate, que tem conquistado o mercado externo, também começa a crescer no mercado interno, impulsionado, em parte, pela fama de fármaco que ganhou a Ilex paraguariensis, por vezes descrita como chá milagroso, mas também devido à agitação no mercado de café, que, embora tenha tido uma leve queda, ainda continua caro.

Assim, neste rebuliço de mercado, com suas cambalhotas de oscilações, também ocorreu uma reviravolta na produção do mate no Sul. Agora, o Paraná supera outros estados da região, saindo na dianteira do tradicional produtor e consumidor do produto, o Rio Grande do Sul. Pelo menos é isso que informa o Boletim Conjuntural da Agropecuária, publicado no dia 16 de outubro deste ano.

Conforme o Boletim, “com mais do que o dobro do segundo lugar, Rio Grande do Sul, e quase seis vezes mais que o terceiro colocado, Santa Catarina, o estado paranaense se consolida [...] Quando comparamos as taxas de crescimento da produção de 2023 a 2024, o Paraná também se destaca, com aumento de 5,2%, frente aos 4,6% atingidos pelo segundo colocado, Rio Grande do Sul, e 2,5% alcançados por Santa Catarina.”

Ainda no mesmo boletim, destacam-se as cidades paranaenses de São Mateus do Sul e Cruz Machado, que disputam o título de capital da erva-mate e somam juntas, acreditem, 151 mil toneladas. Destas, 88 mil toneladas pertencem a Cruz Machado. Além disso, as dez principais cidades produtoras do estado foram responsáveis por 47% da produção total de erva-mate do país.

Adicionalmente, devemos lembrar que, recentemente, a erva-mate sombreada nas florestas de araucárias do Paraná foi elevada a Patrimônio de Importância Global pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), reconhecendo-a como produção sustentável, o que pode aquecer consideravelmente o mercado externo para o próximo ano.

Por fim, os dados fazem despontar um Paraná de cuia e bombacha, mas agora nos resta saber o quão isso pode ser duradouro. Até porque a tradição gaúcha nos ensina que a cuia de chimarrão deve ser passada para o próximo... e o Mato Grosso do Sul já está na espera.

Com informação Boletim Conjuntural Semana 42/202

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