Um manifesto assinado por 19 federações estaduais de futebol cobrou mudanças na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) após o afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da entidade. O documento, divulgado na noite de quinta-feira (15/05), defende "estabilidade, renovação de lideranças e descentralização" como pilares para reorganizar o futebol nacional.
A iniciativa surge dias após uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) que afastou Ednaldo do cargo. O manifesto tem aprovação das federações do Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Maranhão, Ceará, Sergipe, Rondônia, Paraná, Pará, Roraima, Amazonas, Acre, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Não compactuaram com o manifesto as federações de São Paulo, Bahia, Pernambuco, Espírito Santo, Minas Gerais, Tocantins, Amapá e Mato Grosso.
O que pede o documento?
O texto, intitulado "Manifesto pela Estabilidade, Renovação e Descentralização do Futebol Brasileiro", lista prioridades para a CBF:
- Calendário equilibrado para evitar sobrecarga de jogos;
- Arbitragem profissionalizada e gramados de qualidade;
- Governança transparente e fim da "judicialização" de decisões;
- Descentralização do poder, hoje concentrado em poucas lideranças.
"É urgente enfrentar desafios estruturais que há anos limitam nosso futebol", diz um trecho. O manifesto também propõe uma nova candidatura à presidência da CBF, comprometida com um modelo "mais democrático e integrado".
Divisão ente as federações
A adesão de 19 das 27 federações mostra perda de apoio a Ednaldo, que tenta reverter sua saída no Supremo Tribunal Federal (STF). Entre as que não assinaram estão tradicionais como a de São Paulo (FPF) e a de Minas Gerais (FMF). Analistas veem o movimento como um passo para enfraquecer a atual gestão e acelerar uma transição.
Próximos passos
Enquanto a CBF aguarda definições jurídicas, as federações sinalizam que pressionarão por eleições ou um acordo para nomear um comitê interino. O objetivo, segundo o manifesto, é evitar "uma década perdida" no futebol brasileiro.