Nesta última quarta-feira (30/04), o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou o Teste do Pezinho para a detecção de 60 doenças, que seria quase o triplo da cobertura anterior, que contemplava 23 enfermidades. A apresentação da conclusão da terceira fase, anunciada em dezembro de 2024.
Com a ampliação, o estado tornou-se o primeiro do país a contemplar, de forma efetiva, todos os grupos e doenças previstos na Lei Federal nº 14.154, que atualizou o Estatuto da Criança e do Adolescente para aprimorar o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN).
O evento contou com a participação dos secretários de Estado de Governo, Marcelo Aro, e de Saúde, Fábio Baccheretti. Também participaram representantes do Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad) e da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O investimento anual conta com R$ 64 milhões, e a ampliação no teste do pezinho representa o avanço concreto da visibilidade do neonatal em Minas Gerais, e, portanto, garantindo mais saúde às crianças e reduzindo os impactos futuros das famílias e dos sistemas de saúde. A triagem neonatal é fundamental para o diagnóstico precoce de doenças raras de natureza metabólica, genética e infecciosa.
“É uma felicidade muito grande anunciar que Minas Gerais é o primeiro estado do Brasil a fazer o teste do pezinho expandido. Este é um avanço muito expressivo, que fará com que muitas crianças tenham a doença detectada e possam evitar o agravamento ou até mesmo ficar sem sequelas”, ressaltou Romeu Zema.
Parceria com a UFMG garante a agilidade
O que possibilitou esse caminho, precursor para a possibilidade da ampliação, foi a parceria estratégica com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que é referência em medicina diagnóstica. O Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico (Nupad), da Faculdade de Medicina, se tornou responsável pela análise dos testes realizados em mais de 4 mil pontos de coleta espalhados pelo estado.
A reitora Sandra Goulart Almeida da UFMG comentou que sente orgulho de presenciar a consolidação desta política pública. “Nós temos esse convênio há 30 anos, mas esse aumento aconteceu, de fato, a partir de 2022. Ele é um marco para o Brasil todo. Esperamos que o país siga esse exemplo de Minas Gerais”, disse.
O exame identifica doenças raras de natureza metabólica, genética e infecciosa nos primeiros dias de vida dos bebês.
Desenvolvimento do teste do pezinho
Até o ano de 2021, o teste do pezinho na região contemplava-se com o diagnóstico de seis doenças. Em 2022, o número aumentará para 20, assim, o governo de Minas buscou investir mais na qualificação do atendimento, com educação permanente para profissionais de saúde, melhorias no acolhimento dos usuários e avanços logísticos no transporte de amostras e insumos.
Em 2024, a segunda fase da ampliação elevou o número de doenças com a inclusão de mais três, totalizando 23 doenças descobertas, sendo elas Atrofia Muscular Espinhal (AME), Imunodeficiência Primária Combinada Grave (SCID) e Agamaglobulinemia. Já em fevereiro de 2025, outras 25 foram incorporadas. E agora, em abril, mais 12 condições foram descobertas, completando a terceira fase da expansão e alcançando a marca de 60 doenças detectáveis pelo Teste do Pezinho.
Teste do pezinho
O Teste do Pezinho é gratuito e obrigatório em todos os estados do Brasil, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). O teste é feito a partir da coleta de sangue do calcanhar do bebê para triagem neonatal, que deve ser realizada entre o terceiro e o quinto dia de vida . O resultado é disponibilizado on-line, e, em caso de alteração, o município de origem é imediatamente notificado para dar início ao protocolo de confirmação e tratamento via SUS.
A triagem pode parecer simples, mas ela oferece a chance de tratar doenças que, se não detectadas a tempo, causam deficiências graves ou até a morte.