ECONOMIA

Trump intensifica tarifas e amplia tensão comercial com aliados

Nova rodada de taxas sobre importações de alumínio, aço e automóveis pode elevar preços e gerar impacto global

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira, 2, a imposição imediata de tarifas recíprocas sobre países que, segundo ele, impõem barreiras comerciais desleais aos produtos americanos. A decisão, que afeta grandes parceiros comerciais, promete estimular a manufatura interna, mas também pode resultar em aumento dos custos para consumidores e empresas.

O plano de tarifas inclui um acréscimo de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio, setores fundamentais da indústria americana. O Canadá, principal fornecedor desses produtos para os EUA, será um dos mais afetados. Além disso, está programada uma tarifa de 25% sobre carros acabados a partir de 3 de abril e sobre autopeças até 3 de maio.

Embora a intenção do governo seja impulsionar a indústria nacional e reduzir o déficit comercial, especialistas alertam para o efeito reverso da medida. O CEO da Alcoa, William Oplinger, advertiu que as tarifas sobre alumínio podem resultar na perda de 100 mil empregos americanos, incluindo 20 mil no setor metalúrgico.

A indústria automotiva também pode sofrer impactos significativos. Mesmo que a produção de veículos aumente dentro dos EUA, os custos de produção mais altos serão repassados aos consumidores, tornando os carros novos mais caros.

As novas tarifas já provocam reações de países afetados. A União Europeia, que já havia sido alvo de sanções anteriores, considera medidas de retaliação. França, Itália, Espanha e Áustria, impactadas individualmente, discutem a adoção de novos impostos sobre produtos americanos.

O governo chinês também se manifestou, criticando a estratégia protecionista de Trump e ameaçando restringir exportações de minerais essenciais para a indústria dos EUA. O México e o Canadá, maiores parceiros comerciais dos americanos, estudam contramedidas semelhantes.

Diferente de administrações anteriores, que utilizavam tarifas como instrumento de segurança nacional ou proteção a indústrias estratégicas, Trump tem vinculado suas sanções comerciais a outros temas. Ele justifica as tarifas contra México, China e Canadá com o argumento de que esses países não combatem de forma eficaz a imigração ilegal e o tráfico de fentanil.

Com uma dívida nacional crescente e pressão econômica interna, o governo Trump aposta que sua estratégia tarifária fortalecerá a economia americana. No entanto, analistas alertam que os efeitos colaterais podem incluir elevação dos preços, perdas de empregos e desaceleração do crescimento econômico global.

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