O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou a aplicação de uma tarifa de 25% sobre importações do Canadá e do México, em uma decisão que entra em vigor neste sábado, 1º. Segundo o republicano, a medida é uma resposta à suposta falta de empenho dos dois países em conter o tráfico de drogas e a imigração ilegal para os EUA.
Trump indicou que a tarifa pode ser apenas o ponto de partida e alertou que os valores podem aumentar nos próximos meses. "Os EUA não podem continuar arcando sozinhos com os custos de segurança na fronteira. Nossos parceiros comerciais precisam assumir suas responsabilidades", declarou.
A medida foi recebida com críticas por autoridades canadenses e mexicanas, que consideram a tarifa um golpe no livre comércio e ameaçam retaliações. O governo canadense declarou que avalia a possibilidade de impor tarifas sobre produtos americanos em resposta, enquanto autoridades mexicanas reforçaram que continuarão abordando as questões fronteiriças por meio do diálogo.
Os impactos da decisão também geram preocupação no mercado financeiro. Empresários e investidores temem que a medida possa prejudicar cadeias de suprimentos e aumentar os custos de bens essenciais.
Nos últimos dias, Trump ameaçou impor tarifas contra a Colômbia, em um impasse sobre deportação de imigrantes ilegais, mas recuou diante da pressão diplomática. O presidente também indicou que pode sancionar a China e o bloco dos BRICS, caso avancem com planos de criar uma moeda alternativa ao dólar para o comércio internacional.
Em resposta, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira, 30, que, se os EUA impuserem tarifas contra o Brasil, o país retaliará na mesma proporção.
A escalada de tensões comerciais levanta incertezas sobre o futuro das relações entre os EUA e seus principais parceiros econômicos, enquanto especialistas alertam para os riscos de um novo período de protecionismo e instabilidade no cenário global.