TENSÃO COMERCIAL

Trump eleva tarifas contra o Canadá e sinaliza possível integração como 51º estado

EUA impõem novas sanções comerciais em resposta a tarifas canadenses sobre eletricidade

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira, 11, um aumento significativo nas tarifas sobre o aço e alumínio importados do Canadá, elevando a taxa de 25% para 50%. A medida, segundo o mandatário, é uma retaliação à decisão da província de Ontário de taxar em 25% a eletricidade exportada para estados americanos.

Trump ainda ameaçou impor tarifas mais altas sobre veículos canadenses a partir de abril e fez uma declaração polêmica sugerindo que o Canadá poderia se tornar o "51º estado" dos EUA como solução definitiva para as disputas comerciais e de segurança entre os países.

A imposição de tarifas sobre o aço e o alumínio faz parte de uma estratégia mais ampla de protecionismo adotada pelo governo Trump, que tem como objetivo fortalecer a indústria americana e reduzir a dependência de importações. Nos últimos anos, o governo tem implementado sobretaxas contra diversos países, incluindo México, China e União Europeia.

Segundo Trump, as novas tarifas são necessárias para enfrentar o que chamou de "práticas comerciais injustas" do Canadá. "Nossa indústria precisa ser protegida. O aço e o alumínio não devem estar em mãos estrangeiras", declarou o presidente ao anunciar a medida.

A decisão já gerou reações negativas entre políticos e economistas dos dois países. Especialistas alertam para possíveis impactos negativos na indústria siderúrgica americana, que depende das importações canadenses. Cerca de 25% do aço consumido nos EUA vem do Canadá, assim como metade do alumínio utilizado no país.

Do lado canadense, o primeiro-ministro Doug Ford lamentou a decisão, mas justificou a tarifa sobre eletricidade como uma resposta às medidas protecionistas anteriores dos EUA. "Não queríamos fazer isso, mas tivemos que agir para defender nossos interesses", afirmou Ford.

Trump também ameaçou elevar substancialmente as tarifas sobre automóveis fabricados no Canadá caso o governo canadense não revogue tarifas que considera "abusivas e antigas". A medida poderia representar um duro golpe para a economia canadense, já que a indústria automobilística é um dos setores mais importantes do país.

Além das tarifas, Trump também declarou que o Canadá "contribui pouco" para sua própria segurança e que os EUA subsidiam sua proteção militar em mais de US$ 200 bilhões por ano.

O trecho mais controverso do pronunciamento de Trump foi sua sugestão de que o Canadá poderia se tornar parte dos Estados Unidos, eliminando tarifas e barreiras comerciais. "A linha artificial de separação traçada há muitos anos finalmente desaparecerá, e teremos a nação mais segura e bela do mundo", declarou.

A sugestão foi recebida com ceticismo e críticas por parte de líderes canadenses, que rejeitaram qualquer possibilidade de integração. "O Canadá é um país soberano e assim permanecerá", afirmou o primeiro-ministro Justin Trudeau.

As novas tarifas entram em vigor nesta quarta-feira, 12, e podem intensificar a disputa comercial entre os dois países. Resta saber se o governo canadense cederá às pressões de Trump ou se responderá com novas retaliações. O impasse coloca em xeque a relação comercial entre dois dos maiores parceiros econômicos do mundo, com consequências imprevisíveis para os setores afetados.

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