Cinco dias depois do terremoto de magnitude 7,7 que atingiu Mianmar, equipes de resgate ainda conseguem retirar sobreviventes dos escombros. Nesta quarta-feira, 2, três homens foram resgatados com vida: dois estavam soterrados em um hotel na capital, Naypyitaw, e outro foi retirado de uma pousada na região de Sagaing, próxima ao epicentro do tremor.

Apesar das operações de resgate bem-sucedidas, a tragédia continua se agravando. O número de mortos já ultrapassou 2.880 e há mais de 4.600 feridos, de acordo com a emissora estatal MRTV. Organizações locais alertam que as vítimas podem ser ainda mais numerosas, já que muitas áreas afetadas ainda não foram alcançadas pelas equipes de socorro.

Em Naypyitaw, uma equipe de resgate turca utilizou câmeras especiais para localizar Naing Lin Tun, um funcionário do hotel soterrado desde a última sexta-feira, 28. Ele foi retirado por um pequeno buraco aberto com uma britadeira, após mais de 108 horas preso sob os escombros. Pouco depois, outro homem foi resgatado no mesmo local, 121 horas após o terremoto.

Outro sobrevivente foi encontrado em uma pousada destruída em Sagaing, uma das áreas mais atingidas. O resgate contou com a atuação de equipes da Malásia e de Mianmar.

O terremoto não apenas destruiu milhares de edifícios, mas também colapsou pontes, danificou estradas e isolou comunidades inteiras. Além disso, o tremor foi sentido até na Tailândia, onde um prédio em construção desabou em Bangcoc, causando a morte de 22 pessoas e deixando 35 feridos.

A tragédia ocorre em meio a uma guerra civil, o que agrava a crise humanitária. Duas das principais forças rebeldes que lutam contra o governo militar declararam um cessar-fogo temporário para permitir a chegada da ajuda humanitária. No entanto, as forças militares não suspenderam os ataques, dificultando ainda mais os esforços de resgate.

Países de todo o mundo mobilizaram esforços para auxiliar Mianmar. Austrália, Índia, China, Rússia e Emirados Árabes Unidos já enviaram equipes e suprimentos. Os Estados Unidos anunciaram um pacote emergencial de US$ 2 milhões para assistência humanitária, enquanto organizações internacionais tentam superar os desafios impostos pela instabilidade política do país.

Enquanto isso, a extensão total da devastação ainda é desconhecida. Muitas regiões continuam sem energia elétrica e sem comunicação, dificultando a obtenção de informações precisas sobre a real dimensão da tragédia.