EM ALERTA

Peru mobiliza Exército e decreta estado de emergência após onda de assassinatos

Governo reforça segurança em Lima e Callao diante do aumento da violência ligada ao crime organizado

 

O governo do Peru decretou estado de emergência na capital, Lima, e na província vizinha de Callao devido a uma escalada da violência associada ao crime organizado. A medida, que prevê o envio de tropas para reforçar a segurança nas ruas, foi anunciada após o assassinato do cantor Paul Flores, morto a tiros por criminosos que atacaram seu veículo ao final de um show nos arredores da capital.

A decisão foi comunicada pelo primeiro-ministro Gustavo Adrianzén na noite de domingo, 16, destacando que as Forças Armadas atuarão em apoio à Polícia Nacional para conter a criminalidade. Embora o governo não tenha informado o número exato de soldados envolvidos na operação nem a duração da intervenção, a expectativa é de um patrulhamento intensivo para restaurar a ordem.

O episódio que culminou na morte de Paul Flores teria relação com tentativas de extorsão, segundo relatos da banda do cantor. Integrantes do grupo afirmaram que já haviam recebido ameaças de facções criminosas exigindo pagamentos para permitir suas apresentações. O crime elevou a preocupação com a crescente influência de organizações como o Tren de Aragua, grupo de origem venezuelana que expandiu suas atividades por diversos países da América Latina.

Adrianzén afirmou que a decisão de reforçar a segurança foi tomada em reunião com a presidente Dina Boluarte, que antecipou para esta terça-feira (18) um encontro do Conselho Nacional de Segurança dos Cidadãos para discutir novas estratégias de combate ao crime. Além das ações emergenciais, o governo peruano anunciou planos para uma ampla reforma no sistema penitenciário, visando dificultar a atuação de facções criminosas dentro dos presídios.

Desde o início do ano, mais de 400 homicídios foram registrados no país, segundo a imprensa local. O cenário de violência tem colocado o Peru em alerta e impulsionado ações mais severas do governo para conter a crise de segurança pública. Em 2024, uma medida semelhante foi adotada em áreas específicas de Lima, após uma onda de assassinatos de motoristas de ônibus em circunstâncias também ligadas à extorsão.

O primeiro-ministro pediu união à população na luta contra o crime e expressou solidariedade aos familiares das vítimas. "Precisamos superar nossas diferenças e enfrentar esse desafio juntos", declarou Adrianzén. Enquanto isso, moradores das áreas afetadas aguardam para ver se a intervenção militar será suficiente para conter a escalada da violência nas ruas.

Com informações da Agência Brasil.

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