Internado há 20 dias no Hospital Gemelli, em Roma, o papa Francisco não poderá presidir as celebrações da Quarta-feira de Cinzas, que marcam o início da Quaresma. Aos 88 anos, o pontífice argentino segue em recuperação de uma pneumonia e passou a noite sob cuidados médicos, utilizando uma máscara de oxigênio. Apesar de um quadro estável, seu estado ainda é considerado reservado.
O Vaticano informou que Francisco descansou bem durante a noite e acordou na manhã de quarta-feira pouco depois das 8h (4h no horário de Brasília). O boletim médico divulgado anteriormente indicava que ele não apresentou novos episódios de insuficiência respiratória ou broncoespasmos, o que já havia ocorrido no início da internação. No entanto, por precaução, os médicos mantêm vigilância constante e ainda não há previsão de alta.
Diante do quadro de saúde, Francisco também ficará ausente dos tradicionais exercícios espirituais realizados no início da Quaresma com a Cúria Romana. Essa é a hospitalização mais longa de seu pontificado e levanta preocupações entre os fiéis e a comunidade católica sobre sua capacidade de seguir liderando a Igreja.
A internação prolongada reforça a preocupação com a saúde do papa, que nos últimos anos enfrentou cirurgias no cólon e no abdômen, além de dificuldades para caminhar. Em resposta, devotos têm manifestado apoio. Na terça-feira, 04, fiéis argentinos levaram até a porta do hospital uma imagem de Nossa Senhora de Luján, padroeira da Argentina, diante da qual Francisco costumava rezar quando era arcebispo de Buenos Aires.
A ausência prolongada do pontífice nas celebrações mais importantes do calendário católico alimenta discussões dentro do Vaticano sobre a possibilidade de uma eventual sucessão. No entanto, Francisco descartou recentemente qualquer intenção de renunciar, afirmando que seguirá à frente da Igreja enquanto sua condição permitir.
Por ora, a expectativa gira em torno de sua recuperação e da possibilidade de retomar suas funções gradualmente.