O bilionário Elon Musk está no centro de uma polêmica sobre a influência de figuras não eleitas na política norte-americana. A revista Time divulgou a capa de sua próxima edição com uma montagem dele sentado na cadeira presidencial do Salão Oval, ilustrando uma reportagem que discute seu crescente papel na administração de Donald Trump.

A matéria aponta que Musk, CEO da Tesla, SpaceX e da rede social X, vem liderando cortes drásticos no orçamento federal através do DOGE, um novo departamento criado por Trump para reduzir gastos governamentais. No entanto, o texto levanta questões sobre a falta de transparência e a autoridade legal da iniciativa, a descrevendo como "um grupo informal sem estrutura definida, mas com grande impacto nas decisões do governo".

Segundo a Time, a influência de Musk pode estar superando até mesmo a do próprio presidente. Um dos casos citados é o da USAID, agência humanitária dos EUA, que sofreu cortes de mais de 90% após ser alvo de críticas do magnata. Inicialmente, Trump declarou que Musk não poderia tomar decisões sem sua aprovação, mas, dias depois, o presidente confirmou o fechamento temporário da agência.

A reportagem sugere que essa atuação independente de Musk reflete uma batalha interna pelo controle das decisões estratégicas do governo. "Nenhum civil teve tanto poder sobre a máquina do Estado norte-americano como Musk tem agora", afirma a publicação.

Apesar do respaldo de Trump, especialistas ouvidos pela Time alertam para os riscos de um "poder sem controle" nas mãos de um empresário que não passou pelo crivo eleitoral.

O impacto dessas medidas pode se voltar contra Musk e Trump, especialmente quando os cortes atingirem setores que beneficiam diretamente a população. A revista alerta que agricultores do centro-oeste americano, por exemplo, podem perder compradores financiados pela USAID para seus produtos.

A matéria ainda sugere que a ascensão de Musk pode estar alimentando uma disputa silenciosa entre ele e Trump, que tenta manter sua posição como líder absoluto da administração.

A repercussão da reportagem já está movimentando os bastidores da Casa Branca e dividindo opiniões entre apoiadores e críticos do empresário. Resta saber até onde essa influência irá chegar.