HISTÓRIA E LUTA

Dia Internacional da Mulher: a história por trás da data que simboliza luta e resistência

8 de março marca conquistas e desafios na busca por igualdade de gênero

 

No dia 8 de março, o mundo celebra o Dia Internacional da Mulher, uma data que vai além de homenagens e flores. O marco tem raízes em movimentos históricos que reivindicaram direitos fundamentais, como melhores condições de trabalho, igualdade salarial e participação política. Oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, o dia é um lembrete da luta feminina ao longo dos séculos e da necessidade contínua de avanços.

Diferentes acontecimentos contribuíram para a consolidação do 8 de março como símbolo da luta feminina. No início do século XX, protestos organizados por operárias nos Estados Unidos e na Europa reivindicavam mudanças nas condições de trabalho. Entre os episódios mais marcantes, está a tragédia na fábrica Triangle Shirtwaist, em Nova York, em 1911, quando um incêndio matou 146 trabalhadores, a maioria mulheres, evidenciando as condições precárias enfrentadas por elas.

Outro momento crucial ocorreu na Rússia, em 1917. Durante a Primeira Guerra Mundial, milhares de mulheres tomaram as ruas para protestar contra a fome, o desemprego e a opressão social. A manifestação, realizada em 8 de março (23 de fevereiro no calendário juliano, usado na época na Rússia), foi um dos estopins da Revolução Russa, reforçando a importância do engajamento feminino nas transformações sociais.

A luta das mulheres ganhou ainda mais força ao longo do século XX, com avanços no direito ao voto, na participação política e na criação de leis para proteção contra a violência de gênero. Em 1975, a ONU oficializou a data e, dois anos depois, estabeleceu o Dia Internacional da Mulher como um momento de reflexão e mobilização global. Desde então, a cada ano, o dia 8 de março é marcado por debates, campanhas de conscientização e atos públicos em diversos países.

Apesar das conquistas, a desigualdade de gênero ainda é uma realidade. Dados da ONU apontam que as mulheres continuam ganhando menos do que os homens em funções equivalentes, enfrentam dificuldades no mercado de trabalho e são as principais vítimas de violência doméstica. O 8 de março, portanto, vai além da comemoração: é um dia para reivindicar direitos, combater a discriminação e promover políticas públicas que garantam uma sociedade mais justa e igualitária.

Mesmo sendo uma data de grande relevância mundial, o Dia Internacional da Mulher não é um feriado no Brasil. Em algumas cidades e estados, há leis que reconhecem a data como ponto facultativo, permitindo que órgãos públicos e empresas adotem medidas específicas para a ocasião. No entanto, no calendário nacional, o dia 8 de março ainda não é oficialmente um feriado.

O Dia Internacional da Mulher representa séculos de luta por direitos e equidade. Se, por um lado, é um momento para celebrar conquistas, por outro, é uma oportunidade de reforçar a importância da mobilização contínua. Enquanto a desigualdade de gênero persistir, o 8 de março seguirá como um dia de resistência e transformação.

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