A decisão de Israel de interromper a entrada de suprimentos na Faixa de Gaza está aprofundando a crise humanitária no território palestino. Com a suspensão do envio de alimentos, combustível e remédios, padarias estão fechando, famílias enfrentam racionamento severo e autoridades alertam para impactos ambientais catastróficos. A medida, justificada como uma estratégia de pressão sobre o Hamas nas negociações de cessar-fogo, tem sido classificada pelo grupo como "punição coletiva".
A Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) alerta que a paralisação da ajuda humanitária coloca em risco a vida de milhões de civis, já exaustos por quase um ano e meio de conflito intenso. Atualmente, cerca de 2,3 milhões de pessoas dependem dessa assistência para sobreviver.
O impacto da escassez já é sentido de forma crítica no cotidiano dos habitantes. O sindicato dos padeiros de Gaza informou que seis das 22 padarias ainda em funcionamento foram obrigadas a encerrar as atividades por falta de gás de cozinha. A interrupção também está provocando um aumento alarmante nos preços de itens básicos, forçando a população a reduzir suas refeições diárias.
Além da fome, a crise ameaça o saneamento básico da região. A suspensão da venda de eletricidade para Gaza, determinada pelo ministro israelense da Energia, Eli Cohen, pode comprometer estações de tratamento de água e agravar a contaminação ambiental.
A decisão de Israel de intensificar o bloqueio ocorre em meio a um impasse nas negociações para um cessar-fogo e a libertação de reféns. Enquanto a comunidade internacional observa com preocupação o agravamento da crise, os habitantes de Gaza vivem dias de incerteza e desespero diante da escassez iminente.
Com informações da Agência Brasil.