O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira, 22, que o caso do Filipe Garcia Martins Pereira, ex-assessor para Assuntos Internacionais do ex-chefe do Executivo será lembrado como “um dos maiores escândalos da história do Judiciário brasileiro”. Filipe enfrenta acusações de ter sido responsável por editar a minuta golpista e apresentar ao alto escalão das Forças Armadas.
Segundo Bolsonaro, o julgamento do ex-assessor tem o propósito de “construir uma narrativa”. Ele ainda afirma que é esse seria um atalho para atingir quem de fato se queria prender.
“Esse jovem, que foi meu assessor internacional, foi lançado numa prisão por uma viagem que nunca fez. Está há meses privado de liberdade, submetido a isolamento, censura e vigilância, sem direito de resposta e agora até sem poder ser fotografado nem gravado... E agora ainda querem colocar ele no banco dos réus por causa de uma “minuta” que não existe e que ele evidentemente não escreveu”, disse Bolsonaro em seu perfil do Instagram.
O ex-presidente afirma que Filipe Martins, o Coronel Câmara e a todos os demais acusados do núcleo 2 tem sua solidariedade.
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (Supremo Tribunal Federal) aceitou, por unanimidade, nesta terça-feira, 22, a denúncia da Procuradoria Geral da República (Procuradoria Geral da República) contra o ex-assessor e outras cinco pessoas por tentativa de golpe de Estado.
O julgamento foi realizado pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Luiz Fux, e pelo relator Alexandre de Moraes.
Eis a mensgem:
O caso Filipe Martins um dia será lembrado como um dos maiores escândalos da história do Judiciário brasileiro. Um verdadeiro laboratório de abusos, restrições autoritárias, distorções processuais e ilegalidades em série, criado com um único propósito: construir uma narrativa e, com ela, um atalho para tentar atingir quem de fato se queria prender.
- Esse jovem, que foi meu assessor internacional, foi lançado numa prisão por uma viagem que nunca fez. Está há meses privado de liberdade, submetido a isolamento, censura e vigilância, sem direito de resposta e agora até sem poder ser fotografado nem gravado... E agora ainda querem colocar ele no banco dos réus por causa de uma “minuta” que não existe e que ele evidentemente não escreveu.
- Filipe Martins tem a minha total solidariedade. O que fazem com ele é uma covardia inaceitável e um alerta sobre os rumos que o Brasil está tomando.
- Estendo essa mesma solidariedade ao Coronel Câmara e a todos os demais acusados do chamado “núcleo 2”. Nenhum deles tem ou jamais teve foro privilegiado. Ainda assim, estão sendo julgados diretamente pelo Supremo Tribunal Federal, sem direito de recorrer a instâncias superiores e submetidos a inovações jurídicas arbitrárias e ao uso de criatividade por parte de Alexandre de Moraes.
- Tenho dito e repito: o mundo está observando com atenção. E começa, enfim, a entender o que está acontecendo no Brasil, um país em que a perseguição política se disfarça de justiça, e onde o autoritarismo cresce a cada silêncio imposto. A matéria da Economist é só o começo.
- Que Deus tenha misericórdia do nosso povo e do nosso país.