A Prefeitura de Belém anunciou que deve economizar cerca de R$ 1,1 milhão por ano com a instalação de painéis solares em duas escolas e duas unidades de saúde do município. A iniciativa é resultado de uma parceria com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur).
O acordo prevê o fornecimento, a instalação e a manutenção dos equipamentos sem custo para a administração municipal. As instituições contempladas são a Unidade de Saúde da Família Guamá e as escolas municipais Pedro Demo e Helder Fialho, localizadas no distrito de Outeiro.
Segundo o prefeito Igor Normando, a cooperação representa um avanço importante: “Ao firmar essa parceria em uma área tão estratégica como a energia renovável, damos um passo para economizar recursos públicos, promover sustentabilidade e contribuir para o equilíbrio climático”.
De acordo com a prefeitura, os locais foram escolhidos levando em conta dois critérios principais: o alto consumo de energia elétrica e o atendimento a comunidades em situação de vulnerabilidade social. A unidade de saúde Guamá, por exemplo, foi selecionada por ser a que registra o maior número de atendimentos, o que reflete também em maior demanda energética. Já as escolas em Outeiro foram priorizadas pelo atendimento a refugiados venezuelanos da etnia indígena Warao, acolhidos na capital paraense.
Comunidade Warao
A Acnur destacou em artigo publicado no ano passado que há pouco mais de 7 mil indígenas Warao vivendo no Brasil, sendo cerca de 800 deles na região metropolitana de Belém. O documento aponta que a cidade se consolidou como local de passagem e também de destino para refugiados warao e pessoas de outras nacionalidades.
A parceria formalizada na última quinta-feira (11) define novas bases de cooperação técnica entre a agência da ONU e os órgãos municipais. O objetivo é promover ações conjuntas em defesa de refugiados, solicitantes de asilo e apátridas, com foco na proteção, assistência e integração.
Entre as medidas previstas estão o fortalecimento de iniciativas de acolhimento, emissão de documentos, além da promoção de acesso a oportunidades de trabalho e geração de renda.
Duração e próximos passos
O acordo firmado terá validade inicial de dois anos, podendo ser renovado. Ele também formaliza a participação da empresa chinesa Longi, responsável pela fabricação dos painéis solares, na parceria.
O representante da Acnur no Brasil, Davide Torzilli, ressaltou a importância da inclusão de refugiados nos debates sobre justiça climática e confirmou a participação da entidade na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro deste ano em Belém.
“É essencial que os refugiados estejam presentes nas discussões, trazendo suas perspectivas para enriquecer o debate global a partir da realidade local. Sua participação fortalece os serviços públicos e traz benefícios concretos para toda a comunidade, tornando a sociedade mais resiliente e inclusiva”, afirmou.
Com informações Agência Brasil.