Um grupo de jogadores de elite do futebol brasileiro iniciou uma campanha contra o uso de gramados sintéticos nos estádios do país. Liderados por Neymar, Thiago Silva, Gabigol, Lucas Moura, Philippe Coutinho e Bruno Henrique, os atletas compartilharam nas redes sociais uma manifestação conjunta nesta terça-feira, 18, argumentando que campos artificiais comprometem a qualidade do jogo e aumentam os riscos para os profissionais.
O posicionamento dos jogadores
A iniciativa tomou força com uma publicação conjunta nas redes sociais, onde os jogadores expressaram preocupação com a direção que o futebol brasileiro está tomando. A frase central da campanha – "Futebol é natural, não sintético" – reflete a insatisfação dos atletas com a presença cada vez maior de gramados artificiais no país.
“A solução para um gramado ruim é fazer um gramado bom, simples assim.”, destaca o manifesto assinado pelos jogadores. O texto também reforça que, em ligas de alto nível ao redor do mundo, os atletas são ouvidos e investimentos são feitos para garantir as melhores condições nos estádios.
Onde estão os gramados sintéticos no Brasil?
Nos últimos anos, algumas arenas no Brasil adotaram grama sintética, incluindo estádios de times da elite do futebol nacional. O Allianz Parque (Palmeiras), o Nilton Santos (Botafogo) e a Ligga Arena (Athletico-PR) – que foi rebaixado à Série B em 2024 – utilizam esse tipo de piso. Além disso, o Pacaembu, em São Paulo, foi reaberto recentemente com campo artificial após um período de reformas.
Regulamento da CBF permite uso de grama sintética
Atualmente, o regulamento da CBF autoriza o uso de gramados artificiais no futebol brasileiro. No entanto, para amenizar possíveis desvantagens aos times visitantes, uma regra aprovada em 2023 permite que os adversários treinem no local um dia antes do jogo. Essa medida, entretanto, só vale para o Campeonato Brasileiro, sem impacto em competições como a Copa do Brasil.
O impacto no futebol brasileiro
Para Neymar e os demais jogadores que aderiram ao protesto, a utilização de gramados sintéticos pode comprometer a evolução do futebol brasileiro e afastá-lo do alto nível internacional. Eles defendem que o país precisa garantir gramados naturais de qualidade para proporcionar melhores condições de jogo e segurança aos atletas.
A polêmica está lançada, e o movimento ganhou força entre os profissionais da bola. Resta saber se a CBF e os clubes responderão à reivindicação dos jogadores ou se os gramados artificiais continuarão sendo parte do cenário do futebol nacional.
Palmeiras se pronuncia
Diante da repercussão do movimento, a Sociedade Esportiva Palmeiras divulgou uma nota oficial defendendo o uso de gramados sintéticos e destacando a qualidade do campo do Allianz Parque. No comunicado, o clube argumenta que:
Diante da publicação realizada conjuntamente por alguns jogadores contra a utilização de gramados artificiais no futebol brasileiro, a Sociedade Esportiva Palmeiras esclarece que:
— SE Palmeiras (@Palmeiras) February 18, 2025
- O campo sintético do Allianz Parque é certificado pela Fifa, que realiza inspeções anuais desde a… pic.twitter.com/O8aIYYc3rY
A resposta do Palmeiras reforça o embate entre os interesses dos clubes e as preferências dos jogadores. Com a discussão em alta, a pressão para mudanças no regulamento pode crescer, e o futuro dos gramados sintéticos no Brasil segue incerto.
