Nos primeiros três meses de 2025, o Brasil registrou uma queda significativa de aproximadamente 70% na área devastada por queimadas em comparação ao mesmo período do ano anterior. Entre janeiro e março, cerca de 913 mil hectares foram atingidos pelo fogo, contra 3 milhões de hectares em 2024.
De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 1º de janeiro e 30 de abril de 2025, o país contabilizou 8.954 focos de incêndio. Somente em abril, foram registrados 1.641 focos, com destaque para os estados da Bahia (331), Mato Grosso (222) e Rio Grande do Sul (160).
A redução nos índices ocorre após um ano marcado por recordes negativos. Em 2024, o Brasil terminou o ano com 278.299 focos de incêndio, um aumento de 46,5% em relação a 2023. O volume foi o maior desde 2010, embora 2007 ainda permaneça como o pior ano da série histórica. A devastação também se intensificou: mais de 30,8 milhões de hectares foram consumidos pelas chamas — número 79% superior ao registrado em 2023. Desse total, 73% eram áreas de vegetação nativa, sendo 25% formações florestais. Pastagens representaram 21,9% da área queimada.
Diante do cenário crítico, o governo federal declarou, em 27 de fevereiro de 2025, estado de emergência ambiental, permitindo uma resposta mais ágil e coordenada às ameaças de incêndios, especialmente no Cerrado e no Pantanal, regiões com previsão de seca agravada.
Como parte das ações de enfrentamento, a Fundação Bunge e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lançaram um programa para formar até 40 brigadas indígenas em cinco estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Maranhão e Tocantins. A iniciativa, que vai até 2029, reconhece o saber tradicional das comunidades indígenas e busca reforçar o combate aos incêndios florestais com foco na preservação e no monitoramento ambiental.