Os últimos meses têm sido intensos para Jair Bolsonaro. No fim de março, o ex-presidente foi denunciado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pela tentativa de golpe de Estado contra o resultado das eleições presidenciais de 2022. Três semanas depois, no dia 11 deste mês, Bolsonaro foi internado em Natal após um quadro de obstrução intestinal. Com o agravamento do seu estado clínico, foi submetido a uma cirurgia abdominal para remover aderências e reconstruir a parede do abdômen.
De lá para cá, a recuperação de Bolsonaro tem sido acompanhada de perto pelos seus apoiadores, por meio de suas famosas lives. Além disso, o ex-presidente recebeu diferentes visitas em sua UTI, desde políticos e simpatizantes mais próximos — como o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, e o pastor Silas Malafaia — até uma oficial de justiça, que compareceu para entregar a intimação do STF.
Entretanto, as visitas e as práticas adotadas pela equipe de Bolsonaro em seu período de internação tornaram-se alvo de apuração pelo Conselho Federal de Medicina do Distrito Federal. Em nota, o Conselho informou que irá investigar os procedimentos adotados no hospital onde Bolsonaro está internado e ressaltou que todo o processo seguirá sob sigilo.
Mas, afinal, por que o Conselho resolveu investigar as medidas sanitárias aplicadas na UTI de Jair Bolsonaro?
As normas federais para visitas em UTIs hospitalares
As Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) são destinadas a pacientes em estado crítico ou com risco de vida, que dependem de cuidados intensivos. Por esse motivo, o acesso, a permanência e as atividades nesses ambientes são rigorosamente controlados e regidos por normas específicas. É justamente sobre o cumprimento — ou não — dessas regras que incidirá a investigação do Conselho de Medicina do DF.
De acordo com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), algumas normas devem ser seguidas à risca para garantir a proteção sanitária e o bem-estar dos pacientes da UTI. Confira algumas delas:
Deveres do acompanhante
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Usar corretamente o avental, a máscara e as luvas, quando indicados pelo profissional de saúde da unidade;
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Vestir roupas e calçados apropriados ao ambiente hospitalar;
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Evitar circular pelos corredores, restringindo-se à visita apenas ao familiar autorizado (não visitar pacientes em outros leitos ou unidades);
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Não filmar nem fotografar na sala de parto, no centro cirúrgico, no berçário, na UTI neonatal ou em enfermarias sem autorização da equipe assistencial ou da unidade de comunicação regional.