A nova série de Harry Potter da HBO Max, prevista para 2026, já está envolta em debates sociais antes mesmo de sua estreia. O foco recente recai sobre o ator britânico Paapa Essiedu, escalado para viver o Professor Snape. Essiedu foi um dos signatários de uma carta aberta que expressa apoio às comunidades trans, não-binárias e intersexo, em resposta a uma decisão da Suprema Corte do Reino Unido que redefiniu legalmente o termo “mulher” com base apenas no sexo biológico.

A carta, assinada por mais de 2.000 profissionais da indústria do entretenimento, critica a decisão judicial e apela por maior inclusão e proteção às pessoas trans nos ambientes de trabalho. A iniciativa gerou especulações sobre possíveis consequências para Essiedu, considerando o histórico de J.K. Rowling, criadora do universo Harry Potter e produtora executiva da nova série, que já fez declarações controversas sobre questões de gênero.

“Não tenho o poder de demitir um ator da série e não o exerceria se tivesse. Não acredito em tirar o emprego ou o sustento das pessoas porque elas têm crenças legalmente protegidas que diferem das minhas”.  Afirmou a cantora em seu perfil do X. 

A posição de Rowling ocorre em meio a um cenário de crescente tensão entre a autora e parte do elenco original da franquia, como Daniel Radcliffe e Emma Watson, que já expressaram apoio à comunidade trans em ocasiões anteriores. A HBO Max, por sua vez, reiterou que as opiniões pessoais de Rowling não influenciarão o conteúdo da série, que busca ser uma adaptação fiel dos livros. 

A controvérsia destaca os desafios de equilibrar liberdade de expressão, inclusão e responsabilidade social em grandes produções culturais. Enquanto a série se prepara para iniciar as gravações, o debate sobre representatividade e os limites da influência dos criadores continua a ser um tema central entre fãs e profissionais da indústria.