A turnê “Long Live The Black Parade”, que celebra o icônico álbum The Black Parade (2006), foi lançada em 2024 e percorre estádios dos Estados Unidos até a América do Sul. No Brasil, o show está confirmado para o dia 5 de fevereiro de 2026, no Allianz Parque, em São Paulo. A informação já circulava entre fãs e foi reforçada por fontes como o jornalista José Norberto Flesch, conhecido por antecipar grandes eventos musicais no país.
Embora a data esteja confirmada, os valores dos ingressos ainda não foram oficialmente divulgados. No entanto, é possível fazer estimativas com base nos preços de outras turnês recentes de artistas internacionais no Brasil. No próprio Allianz Parque, eventos como o Monsters of Rock 2025 e shows do Avenged Sevenfold tiveram ingressos variando entre R$ 480 e R$ 2.800. Nos Estados Unidos, os preços dos ingressos da turnê do My Chemical Romance oscilaram entre US$ 64 e US$ 695, o que, convertido, representa algo em torno de R$ 350 a R$ 4.000, dependendo da categoria e da localidade.
Levando em conta esses parâmetros, não seria surpresa se a entrada inteira da pista para o show do My Chemical Romance em São Paulo ultrapassasse a marca dos R$ 800. É preciso considerar ainda as taxas de serviço cobradas por plataformas como a Eventim ou a Ticketmaster, que em alguns casos somam 20% a 30% do valor final. Essas taxas têm sido alvo de críticas recorrentes entre os fãs, que frequentemente relatam que uma meia-entrada pode chegar perto de R$ 400 apenas por conta dos encargos adicionais.
Existem diversos motivos para os ingressos de shows internacionais estarem tão caros no Brasil. Em primeiro lugar, os cachês dos artistas são pagos em dólar ou euro, e os custos de logística para trazer uma produção desse porte para a América do Sul são altos. Desde a pandemia, esses valores aumentaram ainda mais: transporte, hospedagem, alimentação e equipe técnica ficaram, em média, entre 20% e 40% mais caros. Soma-se a isso o aumento do dólar, a inflação acumulada nos últimos anos e o retorno dos grandes shows internacionais com estruturas grandiosas, exigindo uma operação cara e complexa.
Outro fator que influencia é a dinâmica de precificação baseada na procura, já comum nos Estados Unidos e em alguns eventos brasileiros. O chamado “dynamic pricing” faz com que os preços aumentem conforme a demanda cresce, o que favorece os produtores, mas penaliza os fãs. A prática, embora legal, tem causado indignação nas redes sociais, especialmente entre os fãs mais jovens. No X americano, muitos chamaram os preços de abusivos e disseram se sentir excluídos de algo que deveria ser acessível. No Reddit brasileiro, há queixas frequentes sobre o peso das taxas e sobre a impressão de que as produtoras “se aproveitam do amor dos fãs” para cobrar valores inflacionados.
Mesmo diante de tantas críticas, há um consenso: o show será histórico. A oportunidade de ver My Chemical Romance ao vivo, tocando um dos álbuns mais emblemáticos do rock dos anos 2000, é algo que muitos fãs brasileiros esperaram por anos. Para quem puder pagar, trata-se de um evento imperdível. Mas a realidade é que os valores esperados exigem planejamento financeiro. Um fã que quiser ver a banda com uma boa localização e sem passar sufoco pode acabar gastando mais de R$ 1.000 com ingresso, taxa e deslocamento.
Para os que ainda têm esperança de conseguir um preço melhor, a dica é acompanhar de perto os canais oficiais, tentar a compra nos primeiros minutos da pré-venda, verificar a disponibilidade de meia-entrada, entrada solidária e, se possível, recorrer a pontos de venda físicos para fugir das taxas online. Ficar atento a cartões parceiros e promoções de bancos também pode render algum desconto.
O show do My Chemical Romance em São Paulo deve ser um dos maiores eventos musicais de 2026. A experiência promete ser grandiosa, intensa e emocionalmente poderosa. Mas para estar lá, o fã brasileiro precisará mais do que vontade: precisará de organização, sorte e um bom planejamento de bolso.